domingo, 10 de maio de 2015

Exterminando a relatividade do relativismo cultural: arianos absolutos

Não há muitos meses, estávamos eu e uma amiga em um sushi bar no centro de Porto Alegre, conversando descontraidamente sobre banalidades diárias. Ambas havíamos pedido o combinado de salmão, e comíamos sem preocupações. De repente, ela recebeu uma ligação de sua mãe, pedindo nossa localização para que ela, também no centro, pudesse nos encontrar. Cinco minutos depois a senhora aparece à porta. Senta conosco e mira, com desgosto visível, nossas bandejas ainda cheias. "Mas o que raios é isso?", questiona, sendo respondida pela filha "É salmão, mãe.". A partir daquele momento, houve um sermão de tempo razoável sobre como era absurdo pagar tamanho preço pra comer peixe cru, uma coisa asquerosa, nojenta, que nenhum ser humano racional comeria senão passando fome.
A mãe de minha amiga, apesar de superiormente formada, desconhece o que seja relativismo cultural, muito menos o respeita. Esta senhora sabe, apenas, que em nossa cultura ocidental não é comum apreciar essa culinária. Porém, em alguns países do oriente as palavras que ela nos disse (mesmo que no idioma adaptado) seriam recebidas com total incompreensão, pois é extremamente comum esse tipo de comida por lá.
Eis onde aplica-se o relativismo cultural. Este conceito nos dita que nada é "errado" de todo, se em algum momento for certo em outro contexto social. Aplicando-se o conceito na crônica que vivi com minha amiga e sua mãe, podemos dizer que "comer sushi pode ser bastante incomum para a maioria brasileira, mas é perfeitamente normal em outros locais".
No relativismo cultural, abandona-se o etnocentrismo. Os temas são avaliados sem bases pré-definidas, apenas pensando-se no contexto em que eles mesmos se empregam. O principal conceito empregado é de que todas as culturas diferem entre si. Assim, cada cultura possui seu conhecimento e definição do que é certo ou errado, o que é normal e o que é loucura. Isso reflete muito na legislação e nas religiões adotadas por cada localidade. Se aqui agressão á cachorros é punida com multa e recessão da liberdade, na República Popular da China eles servem de alimento. Se no Brasil apreciamos fazer um grande churrasco bovino aos domingos, no Índia a vaca é sagrada.

Com conhecimentos básicos de história adquiridos durante o ensino fundamental, é facil relacionar o relativismo cultural com o nazismo. Ele foi ignorado, exterminado pelos ideais hitlerianos na época. Os arianos eram intolerantes, o certo e o errado não eram relativos às culturas, mas sim determinados por eles próprios. É o que muitos acreditam, que Hitler não suportava e pretendia exterminar ou escravizar qualquer raça que não a ariana, impondo seus ideais a todos, decidindo o que era moral para a humanidade.
Isso, porém, é questão de opinião.

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